A imaginação é o primeiro meio de transporte do ser humano

Anterior aos atos de falar, andar, comer e utilizar objetos, o ser humano pensou. A essa atitude, pode-se atribuir o título de grande precursora das aventuras e desventuras que estariam presentes no decorrer de toda a existência humana. No plano do pensamento, dentre outros anseios, estava o de romper as barreiras de sua própria locomoção.
Para o pleno desenvolvimento de suas aspirações, como a de ir mais além, superar fronteiras, tanto de espaço, como de tempo, o homem utilizou como primeiro meio de transporte sua própria imaginação. A fim de alcançar velocidades superiores às suas capacidades físicas, ele encontrou na natureza elementos e estruturas que pudessem servir de base para um futuro engenho capaz de ágeis funções locomotoras.
Observando uma pedra a rolar de um despenhadeiro, por exemplo, ele poderia imaginar as primeiras estruturas do que viria a ser um carro. Observando o voar das aves e sua aerodinâmica, facilmente um avião poderia ser desenhado em sua mente. Analisando plantas, como a vitória-régia e sua fisiologia que a permite flutuar, seria possível desenvolver nas oficinas mentais um primitivo modelo de barco.
Aconteceu que, tomando a imaginação como carro-chefe, o homem a deixou transpassar os limites do pensamento, transpondo-a para a realidade, utilizando seus atributos físicos - seus próprios membros - no desenvolver daquelas engenhocas que futuramente estariam subordinadas ao seu criador.
Deve-se, portanto, à imaginação, todos os meios de transporte dos quais o homem dispõe atualmente, sem a qual, possivelmente, nem o mundo, nem suas fronteiras seriam por ele conhecidos.