Quem sou eu

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86400 segundos/dia em busca de respostas. ignorance is bliss

3/4 de outubro de 2015

tenho tentado
sem sucesso
entender o entorno
compreender o ciclo
prever o porvir.
questões quotidianas
assombram-me a alma
contemplo o céu;
será o socorro?
desejo diário:
fitar o futuro
pra prover no presente
suprimento suficiente
a um desejável destino

H. - 6ª versão

Número primo. 17. Felinos. Gatos. Centro. Silvio Romero, nº 8. Sétimo andar. Solidão humana. Morte. Luto. São Francisco. Parafina. Vela. Chama. Cinzas. Mãe. Pai. Sangue. Morte. Tiro. Morte. Orfandade. Família. Tias. Capital. Subúrbio. Terço. Ave-Maria. Pai Nosso. Credo. Santo Anjo. Santa Clara. Rogai por nós. Não. Não. Não. Milho. Joelhos. Rogai por nós. Santa Clara. Santo Anjo. Credo. Pai Nosso. Ave-Maria. Terço. Calos. Cale-se. Número par. 18. Liberdade. Sim. Sim. Sim. Frederico. Silvio Romero, nº 8. Sétimo andar. Estação. Jardim da Saudade. Emprego. Flores. Rosas. Crisântemos. Coroas. Lágrimas. Chá. Açúcar. Tempo. Noite. Caminho. Sétimo andar. Miados. Jantar. Meia-luz. Memória. Oração Subordinada Adverbial Condicional. Incerteza. Dúvida. Horas. Pessoas. Cansaço. Pálpebras semiabertas. Silêncio. Solidão (des)(h)umana. 


a história que eu quero contar

nascida em moleskine, por meio de caneta hidrográfica de tinta azul, dia 1º de maio de 2015.
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A história que eu quero contar é uma história desabitada no real. Ainda. A história que eu quero contar talvez seja de uma senhora já de cabelos brancos. Quem sabe não seja. É certo que a história que eu quero contar eu não posso contá-la hoje. A história que eu quero contar pode ser contada a um amigo ou a um estranho. A um vizinho ou a um forasteiro. É uma história minha, mas que pode ser compartilhada.
E é feliz.
A primeira frase da história que eu quero contar é "pode sentar, fique à vontade". A história que eu quero contar não tem última frase. Tem último suspiro.
E é feliz.
A história que eu quero contar vai ter fotografias. É de memória. É de rima. Rima com vitória.
A história que eu quero contar vai ter saudade. Mas vai ter realização. Vai ter passado. Mas não vai querer voltar atrás.
A história que eu quero contar será contada numa prosa gostosa. Na cozinha. Com café e bolo de laranja. Com flores de verdades no centro da mesa.
Pode ser que a história que eu quero contar seja narrada por mãos calejadas. Cabelos grisalhos, sim, talvez. Mas tem cores.
A história que eu quero contar será contada entre lágrimas e sorrisos. Predominando as risadas.
A história que eu quero contar será contada pela primeira vez todas as vezes que for contada. É uma história original, com personagens que ninguém nunca usará em outra história.
A história que eu quero contar não é uma história que desperte a inveja em quem não a escreveu. É uma história que inspira. Inspira e faz suspirar.
É uma história de amor. Mas, mais que isso: é uma história de amor de uma pessoa por ela mesma.
Essa história tem folhas de louro.
A história que eu quero contar é de amor próprio. Que nasceu do amor convivido. Não deixaria de ser, portanto, uma história de lição.
O interlocutor aprende. E quem conta a história que eu quero contar, mais ainda.
A história que eu quero contar tem arquitetura. Tem tijolos fortes. Tem teto. É segura. E abriga quem a conta. A história que eu quero contar é uma fortaleza. Mas tem coração. Tem calor.
A história que eu quero contar tem uma vista poente e uma nascente. Aponta sempre para o amanhã.
A história que eu quero contar faz a senhora dormir todas as noites em paz. Ela nina e faz chá de camomila.
A história que eu quero contar é de uma velha adolescente e de uma adolescente velha. Sem relógios. Aliás, o relógio sempre existiu marcando a hora errada.
A história que eu quero contar é de uma moderna mulher tradicional. De uma rebelde comportada. De uma multidão solitária.
A história que eu quero contar é de uma coerência incoerente. De um caos constante, do fogo frio, do gelo quente.
A história que eu quero contar temo eu que não me habite. Eu habito nela. A história que eu quero contar ri e chora de si.
E é feliz.
A história que eu quero contar dá frutos, e infindáveis sementes.
A história que eu quero contar ainda sonha com a reprodução e o desenrolar do seu enredo.
A história que eu quero contar sonha. Acordada.
A história que eu quero contar fervilha, borbulha, debate-se.
A história que eu quero contar quer sair, mas não pode.
A história que eu quero contar não espera o meu traço. Espera o meu passo.
E é feliz.
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LTT

fervendo - excertos

[...] do país ao meu lar, ruína de sonhos.

é fácil falar que todos têm as mesmas oportunidades quando se está numa posição confortável na cadeia antropofágica. quem garante a carne não precisa se preocupar com o capim no mato - os burros o comem.[...] a nós, os burros, nos restam as tarefas e as ordens. acho-me ousada em querer pensar. em tentar diploma. quem é rico não precisa chorar ao pensar no amanhã.

[...] a eles, os brócolis, a nós, o capim.
coisas desmoronam ao redor enquanto penso. nem me dói quando o concreto me atinge, vez ou outra. me dói pensar em como reconstruir algo que mal existiu. o ensino dessa engenharia é ofertado a uns poucos. não aos asnos capinófagos.

[...] observamos, interrogativos, a glória dos outros: como conseguem? gozamos de uma alegria que não nos pertence. comemos, brindamos, bebemos e depois lavamos os pratos.

[...] meus olhos se cansam. um nasce, outros morrem - VIDA? ora, vida é o meio. viver me castiga a carne. por que com cérebro? por que pensante? questiono. e quando virão as exclamações? - "pau que nasce torto nunca se endireita".

[...]
[...]
[...]
[...]

para o burro, nunca lhe falta um dever. deve ser burro, deve agir como burro, servir como burro, pensar como burro, comer o que lhe resta, morar como um burro merece, contentar-se como um burro, parir outros burros para que o trabalho nunca se encerre.

sempre haverá o burro, sempre haverá o capim. há burros mais burros que outros.

LT

retórica

- olá, olá! bom dia. como vai? tudo bem?

- não exatamente. "acordada" desde às 4h. o corpo pedindo pra dormir, mas a cabeça não querendo desligar. preciso de um sono REM. sem interrupções. a cabeça não tem sossego - a mente não se cala. fala tanta coisa, tanta coisa desnecessária, e pensa, e reflete, e confabula, e devaneia.  não há com o que se preocupar, caramba! mas mesmo assim. ela se carrega, caçando motivos para me deixar insone. não me convenceu, e só me deixou PERTURBADA. 'qual a necessidade disso?', pensava, conflitando e tentando convencer a mente de se calar. agora me diz: sou eu mesmo quem controla? já estou duvidando um pouco da autoria de minhas ações. principalmente da ação inerte de pensar. pensar com sua mente, seu cérebro, o que não se quer, só pode provar a sua impotência. não estou bem. pensando melhor, com meu cérebro, aqui, cá entre nós. não tô nada bem.


Insônia - Clara Gavilan


- é... ok... tinha sido uma pergunta retórica.

rostos da infância - assunto de divã




Sempre tive a mania de ver rostos em todos os lugares que eu olhava.
Em cada rachadura, fenda, risco, gotas de tinta, manchas, nervura de madeira ou infiltração, eu via claramente: olhos, boca, nariz...
às vezes estavam de perfil, deitados... às vezes eram animais... às vezes tristes... alegres... não importando como era, sempre via rostos.

Mas um dos mais interessantes era o velho azulejo do banheiro antigo lá de casa. Era um conjunto bem clássico, que, creio eu, hoje deva ser pó. Eram quatro azulejos tom pastel com quadriculadinhos marrons bem fininhos, quase imperceptíveis, em marca d'água, que ficavam em volta de um, com um desenho que todos me juravam ser um ramo de flores. Era um "pé-de-flor", semelhante ao lírio, em tons de sépia, com alguns brotos e duas flores grandes desabrochadas. A questão é: eu não via isso. Eu via um rosto malvado em uma das flores (como as do País das Maravilhas). Na outra, eu via um passarinho (semelhante a um pardal) com uma cara bem nervosa saindo do "ninho".


O pior: esses "rostos" que eu via, me davam medo. Muito mesmo. Eu lembro que quando eu sentava no sanitário, tinha de enfrentar aquele azulejo, e poderia jurar que aquelas "caras" tomariam vida. Certamente para brigar comigo. Me atacar, de alguma maneira. Que coisa.


Parece brincadeira. Mas fui enxergar "flores" naqueles azulejos depois de "grande", menina-moça.
É por isso que acho que hoje, procuro olhar a vida com mais cuidado - quem sabe o que minha mente entende como pavoroso, seja nada mais que... flores.


LT

Desafio do ano: #umafrasepordia - As 165 restantes de 2014

De 20/07/2014 a 31/12/2014
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#201: parecia que não ia dar pé, tampouco que conseguiria flutuar.
#202: até segunda ordem, o café é o meu antídoto.
#203: comprei uma passagem com destino à felicidade - só me falta o tempo - pois já tenho o visto.
#204: somos todos animais perdidos à procura de um lar.
#205: ah se tu soubesses como eu sou tão geniosa que pouco, pouco me conheço...
#206: ebulição criativa/cérebro ligado/na madrugada rolando/na consciência pesando. necessita-se de horas úteis sóbrias e nada de fazer plantão.
#207: muita coisa pode acontecer/ou nada/uma noite pode surpreender/mesmo quando os planos deram errado/com amigos, bons amigos/não há imprevisto que desfaça um sorriso.
#208: aquele velho amigo/outrora distante/hoje sufocante/que acho que ainda há de me matar. SONO: por que logo você quer me atormentar?
#209: ela não cumpre os nossos horários. não obedece aos índices de expectativa de vida. não marca seu compromisso quando nos convém. mas a Alguém ela é submissa: Àquele que nos conforta e consola e tem o controle de tudo em suas mãos.
#210: até a última folha cair no último dia de outono é sinal de que a natureza O obedece... E dEle servos somos.
#211: enquanto o tempo - aquilo que tudo cura - passa, afofo um pouco mais a almofada na poltrona da espera.
#212: eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que a ter de encarar o mesmo rosto todos os dias no espelho!
#213: tem gente que põe tanto valor num prato de comida/que às vezes dá vontade de cobrar-lhes seu subproduto e (abater em desconto). como diria rita lee...
#214: tentar libertar-se da ansiedade aprisionando-se no sono...
#215: quando a melhor resposta é o silêncio...
#216: o tempo vai escorrendo entre os meus dedos e a vida vai ficando cada vez mais arredia.
#217: quando a inspiração sopra em meus ouvidos, só a escrita é capaz de fazê-la calar.
#218: conseguir conquistar/ver no que dá/surpreender-se consigo mesma/e voltar a sonhar.
#219: missão dada é missão cumprida. (mas ninguém disse nada sobre prazos!)
#220: produtividade: uma graça ainda não alcançada (pelo menos não na proporção correta)
#221: moda mestranda para um sábado a noite: moletom, meias, olheiras e muito trabalho a fazer...
#222: e Deus nomeou: a um, Gabriel, a outro, Miguel, ao rebelde, Lúcifer. o meu anjo Deus deixou que eu mesma nomeasse. e desde então, o chamo de "pai".
#223: lavar o rosto/despir-se da inércia/vestir-se com a coragem/coragem de viver/sem medo de errar/sem fastio de aprender.
#224: há esperança/há encontro/no desencontro/há lado certo/no avesso/há mudança/na vista do ponto.
#225: descobrir-se em um mundo descoberto/a vida não obedece aos estímulos/às agendas/aos destinos.
#226: descobri que/no mundo em que vivo/de homens sem réguas/o maior pecado que existe/é mudar de ideia.
#227: ser feliz é como a tradução: depende da vontade de traduzir(-se)
#228: mudança/segue a dança/segue a vida/muda o passo/muda a cantiga/rebobina/para prosseguir/a música/só não pode/parar de tocar.
#229: rotina/da rota/que desatina/desafina/nos ouvidos/o soar das engenhocas. se elas prosseguem, funciono/prossigo no tédio cotidiano. se elas falham, morro/mas talvez na paz do silêncio.
#230: o retorno: doce-amargo-agridoce. tem sabores indecifráveis que levam tempo para saber o gosto.
#231: a garganta ferida/não engole/regurgita/o não-dito/o ouvido/o inesperado. anti-inflamatórios não curam o silêncio inflamado.
#232: talvez haja sim no não. não no sim. sim no talvez. talvez no não. o homem ainda não sabe falar o coração.
#233: adaptar parece contra os princípios da minha profissão: ninguém disse ser contrário na missão.
#234: boa companhia, vinho, and all that jazz...
#235:investigar, conhecer, instigar... até conhecer os limites do ser (são).
#236: ressaca e reconhecer ser do tamanho do mundo.
#237: anestesia/sinestesia/e alergia ao "ser"
#238: broncas e promessas. ou meu corpo aprende, ou meu cérebro se prende.
#239: (re)fazer; o que te der na telha. pra depois não se ar(re)pender de não dormir sob as estrelas.
#240: quando a oportunidade bate à porta. e você se esquece do que é medo.
#241: um dia como outro qualquer: sonhando como uma qualquer.
#242: um brinde ao último sábado "livre" dos meus dias letivos
#243: repondo ideias soltas no lugar.
#244: dei de cara com a coragem e não tive como não me apresentar a ela.
#245: um brinde à vida adulta! aos tapas na cara! às caras-de-pau. até que não sabendo sambar, rebolei muito bem.
#246: é possível! encarar o desafio e vencer! não fosse a grandeza de um Deus, de que valeria o meu sofrer?
#247: vamos lá/brincar com o fogo/apagar as brasas/com pés descalços/é assim. no risco arrisco a pele e conquisto.
#248: é assim; vendo o passar dos anos: congelar o tempo antes que a chuva e o vapor leve tudo embora...
#249: discutir, questionar: a nenhum lugar me conduzem. o mistério deve ser a melhor - e mais confortável - resposta.
#250: independência ou sorte!
#251: inspira. expira. fala com Deus. espera. expira. inspira.
#252: vá, faça, lute. chegue, cumpra, conquiste. seja o que você sabe que pode ser.
#253: seguindo em frente, um dia após o outro, um leão após o outro, a fim de constatar: chegou a hora de creScER.
#254: pé na jaca pra ver se o intestino funciona.
#255: sexta com cara de segunda
#256: Mesmo cheia de Afazeres, ela vai, Recolhe-se ao sofá, Assiste filmes de Sessão da tarde, e Move-se apenas quando Ouve o interfone tocar. - sábado preguiçoso.
#257: aprendendo sempre. de todas as formas, de todas as bocas, de todos os gestos, de todos os gostos, de todos os olhares.
#258: auto-irreconhecimento: isso existe? se não, acabei de inventar.
#259: aos poucos as águas correm moldando as pedras, testando as rochas.
#260: nos ringues da vida real, para uma sedentária iniciante, eu até que me saí bem.
#261: livre de toda tensão, remando para o futuro numa incerta maré.
#262: lembra sempre, menina: cada novo dia, menos um dia.
#263: você vai conseguir. Ele não dá fardo maior que sua força pode aguentar. não desperdice os momentos sublimes. esqueça o passado. pense sempre no amanhã, mas, acima de tudo, viva o hoje!
#264: aprendei, pois, com as árvores: ainda que sem folhas, no inverno, não perde sua autenticidade: faz parte do seu renovo, do seu florescer. e daqui a pouco, já é primavera. é só esperar.
#265: o susto que o tempo dá quando mostra que dele nada podemos prever e nem controlar...
#266: tentar entender por que não se rebobina o tempo e nem se duplica o corpo. #série: mistérios da meia-noite
#267: 1 leão após o outro. 1 decisão que muda a sorte.
#268: melhor é serem muitos do que um só - melhor é o risco do que o pesar
#269: des can sar / des cas car / des cal çar / dormirsonhar
#270: Rumos Objetivos Tramontanas Aventuras Sina - RISCOS
#271: para ser alguém que anda nas trilhas certas com próprios pés: um esquerdo e um direito. para se contar com a fé.
#272: Orbe Planeta Exuberância Raça Área - ORAR
#273: se o mundo vira as costas para você, plante uma bananeira para o mundo!
#274: vamos todos unidos em fé/ em coração/ em pensamento/ eu e eu!
#275: poema de um verso só: (uni)verso
#276: coisa engraçada é o tempo: queremos que passe rápido/ queremos que se prolongue/ só não entendemos por que ele não entende/ o nosso "quando"
#277: não há vitória sem luta. isso você já ouviu. então não arranja desculpa: faça o que for preciso, quantas vezes for preciso, pra sentir o sabor que o fraco não sentiu.
#278: fala com as mais doces palavras mesmo que a boca esteja com as sensações mais amargas.
#279: só você pode determinar até onde o seu querer pode lhe levar.
#280: o que era água, vira vinho; o amargo, vira doce. quando sozinho, pedi a Você que minhas vontades composse.
#281: não há nada melhor do que entregar sua vida a Quem sabe onde ela vai chegar...
#282: e cada novo dia/ eu aprendo com minhas falhas/ almejando sempre ser alguém melhor. alguém do qual o mundo não é digno.
#283: rebobinar. retornar. o tempo de Deus, que é sob o qual vivemos, não possui artifícios criados por homens (claro). por isso que devemos ir à frente. arrepender-se da estupidez cometida. e prosseguir.
#284: quando você acorda num lugar estranho/ com ares estranhos/ e companhias estranhas/ você percebe que, no mínimo/tomou uma decisão muito estranha. resta saber se ser estranho é algo bom ou ruim.
#285: Procurar Encontrar Respostas Diante de Adversas Opções.  assim, dormir em paz
#286: retomando a rotina, aquela rota sem fuga, aquela regra da sina.
#287: há momentos de arco-íris numa vida temporal.
#288: tempestade; arco-íris; pote de ouro. ciclo sem fim.
#289: para cada novo dia, uma chance. para cada anoitecer, uma alvorada.
#290: às vezes parece tão longe... só parece. quando menos espero, já to lá.
#291: celebrar; brindar; a tudo. a todos. ao amor, aos amigos, à vida.
#292: comunhão/comunidade/algo comum/mas tão incomum. larguei a solidão/soletrei a felicidade/somos todos um.
#293: a cada ano, uma lição. a cada ano, novos rostos. a cada ano, decepções. a cada ano, renovo. 23 motivos para seguir em frente.
#294: chuva para lavar o chão, a rua, a alma. chuva para misturar com as lágrimas, lavar o rosto, fazer sorrir.
#295: o outro/ um norte/ ou faça sua história/ ou contente-se com a morte
#296: onde está a ordem? será que já existiu? onde faz o requerimento?
#297: sexta em casa com oportunidades de não dar sorte ao azar.
#298: dar oportunidade ao ócio, mesmo que não seja próprio.
#299: celebração: ter poder de promover a continuação da mudança [deixar registrada a sentença do orgulho ou o arrependimento para os próximos quatro anos]
#300: mar[asmo] - areia movediça/ me afundo na preguiça/ nem sei mas se pertenço ao buraco ou à superfície.
#301: o prazer de deixar um legado.
#302: o alvorecer, uma remada, o anoitecer, outra remada, noutro dia, o cais.
#303: seguindo sonhando sorvendo a taça do mais demorado vinho
#304: mudar o rumo prestes a cruzar a linha de chegada: nada como viver perigosamente!
#305: experimentar: se é ruim, se é bom, só se sabe provando!
#306: ajustar o relógio para a contagem regressiva.
#307: cada início de semana, uma atitude para um começo de vida.
#308: a doação/ é gasto, por essência. doar-se é gastar-se. mas mais que isso, é investir-se.
#309: a chuva nunca é novidade, mas sempre é nova: ou renascida.
#310: o serviço bate à porta; já quebrou a campainha. para evitar a companhia da cobrança, prefiro ficar sozinha.
#311: o sono --> o cansaço --> a solidão --> a fuga; ou a perda da razão.
#312: quebrando milhões de paredes para abrir portas e janelas
#313: nem todo desgaste do mundo ofusca a alegria de uma boa notícia!
#314: a anestesia involuntária da procrastinação que me faz viver dormente...
#315: quando o efeito anestésico passa e não há morfina que amenize a dor da falta de tempo...
#316: e não há dizer mais desestimulante do que "tava bom demais para ser verdade..."
#317: foi um dia como outro qualquer: quando o sol se pôs, a lua já estava de pé
#318: passam pássaros cantando cantos de liberdade
#319: ah, me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém que não faz mestrado...
#320: vi nos olhos de quem amo - lágrimas - e me vi.
#321:(ser)(vir) - (ser) a própria (vir)tude.
#322: inesperada esperança/incerta certeza/-nebulosa-/vaga lembrança
#323: eu olhei pro meu dia e percebi que limparam minha janela.
#324: pode ser que no final eu encontre bons motivos para dormir.
#325: vinte e um, vinte e dois, vinte e três... de gota em gota, a vida se enche...
#326: celestial prazer: se preocupar só com o "ser"
#327: (domin)gozar das dádivas da vida
#328: a última que não é última porque nada é último, só o homem
#329: reconsiderar - considerações - colirizar - o olhar
#330: o preço; o investimento; a dispensa; o adeus. dever cumprido.
#331: cada manhã, um novo dia, cada dia, uma sentença -cumprida-
#332: selibertar davida évoar comasas imaginárias da realidade
#333: if you come over, there's soul food in the fridge
#334: riso feliz: quem o provoca, ama
#335: se você tivesse 1 desejo; 1zinho que fosse; você mudaria o real ou o sonho?
#336: nem acredito que dessa vez, o que antes foi sonho, hoje é visível, palatável, palpável, real.
#337: qual é o preço do sonho? -sofrer todas as dores, todas as horas, todas as distâncias, para unir o abstrato ao concreto.
#338: quando, enfim, nossos olhos se cruzaram, nossas mãos se uniram, nossos lábios se beijaram, cicatrizes bonitas se fizeram dentro de mim.
#339: ao novo; ao amor; ao renovo; ao torpor; ao suor. um brinde ao conhecer-se. um brinde ao encontrar-se.
#340: já de mal estava com o relógio. agora ele arranjou um jeito de mexer nos meus ponteiros.
#341: o sol se vai. o som se esvai. tudo tão rápido que nem sei mais se no presente habito, se no passado existo ou se no futuro hesito.
#342: vamos provar do que o acaso pode dar. vamos nos arriscar nas surpresas que Deus nos dá. melhor assim... que viver sem sabores.
#343: suporte-se para suportar os outros. comporte-se para caber-se no outro.
#344: tornando o estranho um conhecido/tornando a tela da vida para o modo expandido
#345: as palavras indicionárias são aquelas que nos fazem calar.
#346: recordar-se do que lhe dava medo/ unir-se num abraço seguro/sentir-se protegida. agora pode dar o play.
#347: vivemos numa mesma galáxia de universos distantes.
#348: toda longa caminhada leva a um fim que faz valer a distância percorrida. quanto mais pedras no caminho, mais bela a vista que nos aguarda.
#349: às vezes/me parece uma afronta/viver/pensando que quem doma o relógio/é você. toca a campainha/mas entra sem permissão/escolhe quem julgamos não ser digno da escolha/e de novo nos mostra/que de nada temos controle/que de nada temos razão. segue a vida. segue o luto.
#350: provas de amor são pequenas desnecessariedades humanas -aos olhos comuns-
#351: sonhar acordado: eu troco as férias por uma vida inteira
#352: todo dia é dia de sonhar; mesmo naqueles em que é difícil discernir o que foi sonho e o que é real
#353: o problema é não saber se portar com o sonho real. o sonhorreal não ensina suas regras de etiqueta.
#354: que as luzes dos homens nunca tirem o valor do brilho de um olhar
#355: a gratidão é a única escolha/decisão que não cabe o arrependimento. obrigada, meu Deus!
#356: na imensidão azul do mar/me perdi na infinidade de seres/na variedade deles/e de tanto admirar/me senti pequena
#357: "o natal já vem aí e mal posso esperar" - entender que não importa quão longe você esteja dos seus... a união e o partir do pão serão sempre o abraço de que precisávamos.
#358: a distância aperta, mas o coração ainda arde. "noite feliz", não uma noite qualquer. é dia de pensar.
#359: os dias vão se escorrendo por entre as folhas do calendário. é então que bate aquele sentimento de irresponsabilidade, ou melhor dizendo, de perceber o quanto se engana do início para o fim. mas... Jesus nasceu.
#360: eu espero ver chegar o dia em que haja um "check" para cada "to-do"
#361: não é bom. não é ruim. é... indefinido: o sentimento de "acostumar-se".
#362: frio na barriga. do vento. das palavras. mal-ditas. dos sentimentos oclusos. incertezas do amanhã. escolhi o verão para diluir essas mágoas e aflições do inverno [astral].
#363: a brand new day of expectations. dúvidas: por que existem? por que tão constantes? por que sempre presentes? pra quê tanta metalinguagem? antes de entrar num colapso, recorrer à metafísica da fé.
#364: como uma última resolução de fim de ano, arrepender-se amargamente pelos adiamentos na agenda [do dentista]
#365: sim. missão cumprida - e mangas compridas - para arregaçar em 2015. sorte!

garimpo

"Garimpo" - Irene Medeiros


nesse universo
de garimpeiros do passado
os diamantes nada valem;
só os cascalhos

nesse universo
de pretérito-garimpeiros
melhor que no próprio
é garimpar no garimpo alheio

e aí me desencanto:
pois nem tudo o que reluz é ouro
e nem tudo o que brilha
é diamante


#pensamentododia

29.09.2014



-na ocasião de seus 6 anos* terrenos-



Você dorme o dia inteiro. Recebe comida e água na hora. Vai ao salão toda sexta-feira. Nem o seu cocô você limpa. Nós cansamos de te chamar e você não move um fio de seu lindo e sedoso pêlo para nos atender, a não ser que, depois do seu nome, digamos a sua mais amada frase: "vamos passear?"
Você não tem contas a pagar. Você não tem de estudar. Nem de trabalhar. Como se já não bastasse toda essa vida mansa, você adora deitar na porta do escritório quando eu tenho toneladas de afazeres, e dormir, tranquila e desaforadamente.
Você é autêntica e vive a vida como bem quer: ficou grávida antes de casar e ninguém a julgou; foi mãe solteira de 6 e nem deles cuidou - deu-lhes todos para outros bobões como nós, para reiniciarem o ciclo. (E nem foi repreendida por abandono de incapaz).
Você é esnobe, interesseira, vingativa. E mesmo assim, a gente te ama, te abraça, rola no chão com você e diz que te ama, mesmo que não seja recíproco. A sua falta de humanidade, às vezes, me dá inveja. E é por isso que, depois de horas na frente do computador trabalhando, eu olho pra você dormindo o seu sono de beleza e blasfemicamente desejo ter essa VIDA DE CÃO!!!

(setembro de 2014)

* 01/03/2009 

quantos anos cabem em 365 dias?

e foi caverna e foi luz e foi luto e foi luta e foi corpo velado e foi sorriso velado e foi vela no bolo e outra no caixão e mais uma, e mai...