Quem sou eu

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86400 segundos/dia em busca de respostas. ignorance is bliss

#umafrasepordia - Semana XX

#134: às vezes nos damos a chance de compartilhar a nossa história. a palavra é semente, e não sabemos para onde o vento é capaz de levá-la. um planta. outro sega. a regra é clara.

#135: vivo num novo velho país
          de velhas novidades, de alegrias fósseis.
          sopro um ar arqueológico
          cavo em busca de um perdido tesouro.
          cristalizo um sonho

#136: um fôlego, um respiro
          para resistirmos melhor à turbulenta maré.

#137: começar um início
          onde a poeira faz nuvem
          - e é vermelha -
          é dar-se a missão de sujar os pés
          caso queira prosseguir

#138: nunca fui lá mulher de calar sentidos estampados no rosto. sou mulher e sinto. sou mulher e me calam. eu que não farei o mesmo a mim.

#139: prudência e ignorância
          -aquela passiva-
           são dois leões que se brigam e se confundem no meu cordeiro ser.
           qualquer lance brusco me incorre o risco de ser vítima e algoz de mim mesma. busco viver.

#140: uma sombra na cabeça apavora o mais claro dia.
           o temor da dúvida,
           o temor dos princípios,
           o temor dos olhares.
           assombrosos pavores que nos deixam
           insones
           inóspitos
           assombrados
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#umafrasepordia - Semana XIX

#127: vencemos aos trancos e barrancos,
          cruzamos a fronteira.
          viver o presente tem dessas alegrias.

#128: nem me venha traduzir-me a vida inteira em uma só sentença.
          necessário é ao menos calçar os meus sapatos.

#129: sigo em frente
          olhando para trás
          vontade de ir,
          vontade de ficar,
          incertezas que nos são familiares.
          medo de um resgate,
          vontade de ser resgatada.

#130: algumas coisas começam a se aclarar
          do negrume, claridão.
          do café, pureza
          sem esses contrastes, como viver?

#131: e por que não?
          é Ele quem faz as coisas loucas para confundir as sábias...
          a gente perde muito tempo na nossa vaga lógica...

#132: alguns laços se formam sem que ao menos os vejamos atarem-se.
          quando percebemos, já estamos no nó.

#133: um aperto no peito:
          esse é o sentimento do nó.
          o vir doloroso transfere a dor para a partida.
          nossa vida,
          nossos paradoxos

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#umafrasepordia - Semana XVIII

#120: olho ao redor
          quem eu vejo?
          algumas pobres almas
          que mais do que fome de pão,
          têm fome de amor, compaixão e justiça.

#121: pouso a pena num sábado qualquer
          imersa e inerte
          absorta e absorvida
          pertencente e excluída
          dentro e fora de si.

#122: a mesa cheia e o coração vazio,
          onde o sentir?
          celebro minha dormência
          e pondero o porvir.

#123: também outro dia
          em que o sol mora na cabeça
          e faz arder o que se pensa.

#124: sorte e sacrilégio
          praga e privilégio
          me ponho nos contrários
          a cada tentativa de fuga,
          mais me enlabirinto.

#125: sob o signo do risco,
          arrisco no rabisco,
          rubrico, assino, assassino a sina.
          não há o que se perca.

#126: corremos corridas sem rumo
          -vivemos o momento-
          o prazer está no correr.

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#umafrasepordia - Semana XVII

#113: numa órbita de um universo qualquer,
          sustenta-se meu ordinário desordenado mundo.
          orbito e habito
          no pó do infinito.

#114: saturno e ostento meus anéis...
          vão-se os dedos e eles permanecem...

#115: -mel-odias
          melosas
          meexcluem
          do meio
          fixo
          na feroz
          frequência
          -fel-iz

#116: olho ao redor e o que eu vejo:
          pessoas ordinárias fazendo coisas extraordinárias
          então, por que não vamos?
          aonde só a gente sabe...

#117: giramundo
          girassol
          quem sempre esteve errado
          é quem acha que a flor orbita

#118: nossas próprias automágoas põem âncoras nos nossos pés
          mais do que as alheias, nos punem com o afogamento.

#119: olho no espelho, quem me vê?
          vejo a solidão sozinha
          que eu veja o amor próprio.
          vejo corpo castigado
          que eu veja autoconfiança
          reflito no que reflete.
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quantos anos cabem em 365 dias?

e foi caverna e foi luz e foi luto e foi luta e foi corpo velado e foi sorriso velado e foi vela no bolo e outra no caixão e mais uma, e mai...