E a vida parece um rio que tornou a secar
Não há combustível que faça a caneta derramar sua tinta
Não há remédio que consiga desatrofiar os punhos
-Aliás,
Não há remédio que eu possa comprar.
E aí, quando tento romper esse intervalo,
Livrar minha vida desse hiato,
As nuvens começam a se formar no céu.
Cada pingo nutre uma raiz de esperança que renasce no peito.
- Mas é chuva de verão... passa logo.
E a poça que se forma na terra seca do velho rio apenas convida a tinta para um encontro sazonal com o papel.