#umafrasepordia - Semana XVI

#106: suo
          sua
          tensão
          suo
          seu
          pavor
     expiro pio
          frio
          brio

#107: sinto o ar de brisa nova
          um rumo se formando.
          forma ilegível
          mas sensorial
          caminhando.

#108: fato fatídico
          pato patético
          sim senhor, não senhor
          copiado, registrado
          enquadre-me bem
          piscadela e beijo para a filha do meu vizinho
          hoje é um dia glorioso em nossa nação
          que atualmente vive em situação 'paroxística'
          por isso, declaro:
          no lobby ao lado, para todos os nossos esplendorosos e gentis colaboradores,
          champanhe, caviar e ficha limpa por conta da Casa!

#109: NÃO
          Por que não?
          Porque sim e porque basta.
          Ser brasileira hoje tem sabor de amargo nostálgico.

#110: revejo o filme
          e sobejo, quieta:
          o que hoje vejo,
          não quero que meu filho Veja!

#111: muito barulho por nada
          nunca basta medir
          na banda que marcha
          na boca que murcha

#112: sustento
          um tom de voz sustenido
          melódico, harmônico,
          porque a trilha sonora da vida
          a gente é que toca.
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#umafrasepordia - Semana XV

#99: agrupando letras espalhadas
        tentando formar respostas;
        tentando encontrar sentidos,
        buscando alinhar o caos em ordem.

#100: sustento meu mundo dentro dos limites em que orbito.
          tantos cometas passam sem que possamos perceber.

#101: olho para o céu, de lá o socorro vem, é lá que me dizem: pertences!
          aqui que me acho e me conforto.

#102: as peças começam a se encaixar. uma a uma, ainda que em longos intervalos.
          é só esperar pela completude.

#103: calorimetria.
          o calor lá fora não muda em nada o inverno que congela dentro de mim.

#104: viagem não feita
          viagem perdida
          essas são as ruins
          essas são as que irritam.

#105: os tambores rufam e atemorizam
          silenciam e prevalecem
          como pássaros desconfiados,
          olhamos para todos os lados.
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#umafrasepordia - Semana XIV

#92: cadeado aberto

         a depender do referencial.

         fui presa na liberdade.

         alforria condicional.

#93: uma estranha sensação,

         um desejo proibido

         mas que é permitido

          o regozijo está solto: pode voar.

#94: solto sóbria o salto.

         sorrisos sem graça

         sabor sem gosto

         sentença do sossego.

#95: reduza a sincronia.

         segura e arredia

         arrudeia pra passar.

         solta o passo,

         vai aos poucos.

         não apresse o caminhar.

#96: cheguei.

        ao meio?

        ao início?

        ao fim de mais um dia?

        a dúvida, sempre ela, a mudar referências.

#97: embora busque,

        como louca,

        como sóbria,

        como dormente,

        não sei ao menos o que consiste em buscar.

#98: tremores e temores

         fortalecendo nossas fibras,

         metabolizam a coragem

         e nos impulsionam a crescer

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#umafrasepordia - Semana XIII

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#85: para que o descanso?

        dignifique-se

        e enobreça-se

        um dia, quem sabe.

#86: absorta

        envolvida

        em problemas não-meus

        e acabo

        que perco

        as horas-minhas.

#87: já não sei se hoje

        já não sei se quando

        quanto

         como

         só sei que nada sei

         sobre o saber do que há de ser.

#88: complexa,

        desconexa questão

        absoluta desordem

        querer achar lógica é viagem inútil.

#89: palpito o sangue nas veias das têmporas saltam violentas ranjo os dentes e agonizo não sei se ansiedade generalizada seja a palavra.

#90: vejo respiros alheios

        alívios alheios

        retraio meus pulmões.

        tão fracos, tão dessincronizados com o coração que também o alimenta.

        segura esse ar que é de todos.

#91: um componente anestésico se mistura com o sangue

        exango rubro e suor.

        a liberdade tem desses custos, a máquina do corpo precisa se calibrar.

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