Quem sou eu

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86400 segundos/dia em busca de respostas. ignorance is bliss

café - todo dia é dia dele

vou sentar e esperar. a fervura leva tempo, mas não deixe ebulir. água a temperatura ideal, noventa graus, escalde o filtro. moa o grão, que é melhor: torra fresca. dê o choque no pó em movimento espiralado. aguarde. depois, vá de pouquinho, veja o dripping, sinta o cheiro. olha a luz que entra por esse gotejamento! findada a extração, contemple: inspire a fumaça que sobe da xícara, faz toda a diferença. depois, sorva o sabor desse ciclo.
a receita não dá margem pra erro: FILTRE, que daí sai o que se tem de melhor.
fazendo café ou vivendo: tudo leva um tempo; tudo, um processo.

passagem

essa vai prAquele que me faz acordar todas as manhãs me sentindo amada.

eu não estou sempre me sentindo confortável com as coisas ao meu redor, mas essa sensação de controle que não está nas minhas mãos - obviamente - me afaga como um edredom em dia frio com café na mão. e meias.

o que eu sinto quando sei que esse amor me encontrou e me encontra é inexplicável e inexprimível em palavras escritas em português. ou em qualquer outro idioma terreno. ao me lembrar disso, todas aquelas preocupações bobas com o ser humano que me tornei se esvaem. não tenho controle, mas Ele sustém o mundo em sua órbita. o que é um problema?

é isso também que me emociona ao lembrar que um Deus soberano se fez carne, o Verbo, a Palavra, se materializou em um ser cuja beleza física não era atraente, já diria o profeta, mas cuja beleza e pureza de outras dimensões do seu ser nos constrange e nos faz querer parecer mais e mais com Ele.

esse mesmo ser, que era Deus, mas que era homem, era homem-Deus, se esvaziou a si mesmo a tal ponto de carregar toda a humanidade nas costas, mais que isso, o pecado de todos eles, cujo peso era muito maior que a massa de sua matéria.

sem distinção.
cor
classe
gênero
que categorização lhe foi pertinente? - isso é coisa de homem-homem, não de homem-Deus.
e eu quero me parecer cada vez mais com Ele.

homem-Deus, mas sentiu dores. dores inimagináveis e irreproduzíveis. perto disso, a topada no mindinho se constrange por doer. sentiu dor de feridas, mas sentiu dor de fome. sofreu a dor de todos os homens. o que é um problema?

e é por isso que perto dEle, todos os meus problemas se desintegram. a pó se comparam, ou a substância microscopicamente menor. o que é um problema?

desde a primeira páscoa, aquela do egito, a pessach já estava definida. só que com a morte e ressurreição do homem-Deus, ela adquiriu todo um novo significado. a passagem foi comprada, com destino a uma nova canaã. esperamos o dia em que o maquinista do trem anunciará a hora de partir.
e o que é um problema?
ora, vem, Senhor Jesus.

#umafrasepordia - Semana XXVIII

#190: entre as manias velhas, a de inovar.
arriscar os fios em mãos cruas.
o risco é assim.
temos de traçá-lo pra saber que forma irá tomar.
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#191: um dia inteiro para uma breve vida.
que empreendimento é o existir.
a vida se circunscreve em torno de um viver inofensivo.
o perigo está na constância.
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#192: alerta a sentinela;
vívida a vigia.
ninguém vê?
esparso com cautela as denúncias.
viver é breve.
mas é preciso ligar-se ao Eterno.
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#193: mesmo em movimentos bruscos, sigo o passo com cautela.
é bom parar para observar.
seguir um fluxo não nos livra das distrações no caminho.
alvo à frente.
anoiteço, amanheço.
um dia.
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#194: e outro dia do percurso se faz.
uma das maiores glórias está em cumprir as pequenas tarefas.
o pescador lança a rede.
e é em pequenas e sucessivas tentativas que se garante o peixe.
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#195: e, assim, num lance, o improviso.
confabulo conspirações.
não duvido de mim. apenas reflito.
devemos pausar o turbilhão, vez por vez.
a inspiração é lenta, a rigor.
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#196: sem pretensões de sucesso, sucedo.
vario em direções diversas, porém, com um desejo comum.
numa prece, me volto para dentro de mim.
a humanidade fora e dentro assusta.
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#umafrasepordia - Semana XXVII

#183: a mente borbulha questões -
e ferve, ebule,
evapora receios,
se desfaz no ar.
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#184: permito-me em pequenos prazeres,
fúteis e fulgazes.
sou humana, afinal.
me perco em instantes,
mas logo volto a pisar no campo incerto dos temores do amanhã.
anoiteço, amanheço.
um dia.
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#185: entre as coisas que nos separam, tem o sangue.
 advento do retorno, do sempre existente lar.
as circunstâncias, às vezes, nos agridem.
mas é sempre melhor ter um cais.
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#186: retorna a rotina.
rodeio em rotas reais, realidade.
rangem, rudes, rochas em rosas.
ritual do retorno.
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#187: é engraçado esse mover.... o deconheço.
aquele de nossos pais, aquele que nunca a nós chegaria.
sofro e rio de mim.
as horas passam e nos engolem.
a vida começa de um ponto preciso.
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#188: mais um dia e o relógio cobra com mais rigor.
não há colher, nem xícara de chá.
o domínio dos desejos é entregue a outrem.
anoitece, amanhece.
mais um dia.
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#189: a pele deflagra o rejeite.
sofrego em chamas dérmicas.
é mais fácil aceitar.
desafios surgem para provocar nossa permanência.
um avanço se faz real - celebro colheitas novas:
rosa e urtiga.
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#umafrasepordia - Semana XXVI

#176: o frio, a luz, e todo aquele sentimento que rodeia,
firmamento no céu,
claridão que aquece.
balões no ar.
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#177: algo vai tomando forma.
as estradas de chão se pavimentam -
ouve-se o progresso
que, às vezes, ou quase sempre,
nos priva de certas liberdades...
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#178: quando penso ser dona de mim,
me vejo ainda uma adulta
aprendendo a andar.
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#179: mecanizo-me os sentidos...
tudo a seu tempo, seu dever, seu horário,
tudo fordianamente se ajeita
num caos quase orgânico.
passam os dias...
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#180: seria doce em ver do inverno
chance para a solitude.
não fossem os compromissos em ser-humanos,
observaria com mais apreço as estações.
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#181: um arauto anuncia, tímido, o vencer de uma nova fase.
a vida se move em câmera lenta, mas há o movimento.
quero ouvir novas trombetas.
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#182: não hesite. vá.
o movimento de costura não é estranho.
cada ponto, um nó, um laço, um passo, uma peça.
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#umafrasepordia - Semana XXV

#169: dia longo
longe- voa ave
sonha, acorda
renova, voa
sete vidas vive.
V I G O R A
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#170: sangro
pele e chão
misturo-me em mim
e mim no mundo
seco a tinta - rubra-
que me escorre.
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#171: desenrolo o novelo
de ideias e guardo num cesto de vime.
abro depois e o novelo se enrola outra vez.
emarame infinita.
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#172: novasemana
calmaechama
frioetorpor
sobejo
baixinho
existo, resisto, permaneço:
mutável
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#173: desenlaço
o laço
apertado
no braço
partido no
abraço
desfeito
despeço
sumo
esmaeço
fumaça de nós
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#174: sem sono
adormeço o corpo
me entrego à mente que borbulha.
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#175: chego, no,
atraso, cumpro,
prazos, findo,
metas, encho,
esvazio, acordo,
suo, durmo,
brio
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#umafrasepordia - Semana XXIV

#162: semblante tranquilo,
disfarço o não-sei.
evito o choque.
choro sozinha o peso da máscara.
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#163: se um dia foi BASTA
hoje foi FALTA
algo falta
isso basta.
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#164: um dia qualquer nos hebdomadários,
avisto dromedários num deserto qualquer.
no santo sudário
no voto sacrário
no fim do salário.
me resta a fé.
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#165: um olho me olha, censurador.
não durma, não chore, não esconda essa dor.
um tic, um passo.
um tac, passou.
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#166: aí
me
esqueço
que vê
e adormeço
e em um
segundo
pareço
suspensa no
ar.
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#167: o que eu digo, disse, digo, direi,
vento apaga em rajada leve.
calo, silêncio.
falo, multidão.
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#168: hora
breve
muda
passa
desfalece,
morre.
não enluto, luto;
se ele não morre, não sou eu que pereço.
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#umafrasepordia - Semana XXIII

#155: para voar mais alto, o treino parte do plano baixo.
olha para o alvo., dá saltos modestos.
só o tempo fortalecerá as asas.
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#156: do muito que ocorre, do pouco que incorre, páro, no tempo,
ele, vai, e, me, carrega.
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#157: muitos sonhos numa caixa
recheio de doce de leite,
vivo-material.
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#158: provamos lícitas ilusões, pelo simples prazer da fuga.
triste é achar o caminho de volta.
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#159: o ar, respiro profundo,
antes, só, finjo, solto,
expio, carro, sorrio, posso.
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#160: morna, fria,
deliro em delitos
choro lágrima quente
gélida pele
choque térmico
o corpo acostuma:
calor, gelo, têmpora, temperatura.
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#161: seguindo constante numa incostância velada,
cuidadosamente lacrada numa carne dura.
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#umafrasepordia - Semana XXII

#148: sinto que desfaleço enquanto busco, com pulmões fracos, encarar o mar em maré.
mas insisto - o importante é chegar.
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#149: finjo crer numa necessária fuga.
aquela em que nos esquecemos do real, para alimentarmos nossos sohos e anseios.
no fim, acredito - e pago o preço do fingimento.
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#150: uma busca inútil, mas feita com vontade, vale a pena somente pelo próprio ato de buscar.
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#151: sete dias,
seis,
cinco.
incontáveis desafios.
crescer tem dessas graças.
a fé impulsiona o prosseguir.
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#152: faço promessas para uma nova vida: a infância preguiçosa deu lugar a um intenso festival de responsabilidades. o compromisso agora é sério: de mim, para comigo.
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#153: o sol nasce todos os dias, mas isso não faz com que os dias sejam todos iguais.
a cada nascer, um novo dia.
a cada dia, uma novidade.
é escolha nossa renovar-se também.
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#154: folga a razão,
castiga o sentir.
lava o rosto e vai:
noção do caminho.
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quantos anos cabem em 365 dias?

e foi caverna e foi luz e foi luto e foi luta e foi corpo velado e foi sorriso velado e foi vela no bolo e outra no caixão e mais uma, e mai...