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Desafio do ano: #umafrasepordia - Mais 100

De 12/04/2014 a 19/07/2014
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#101: centésimo dia encurralada no deserto milésimo décimo quarto esperando ter encontrado um oásis no trecentésimo sexagésimo quinto.
#102: "pra quê desperdiçar um sábado à noite gastando os olhos nos livros?" - disse o sujeito que ganhou na loteria.
#103: hoje é domingo/ dia do Senhor/ vou sair rua afora/ perguntando por amor
#104: quando estou nova, eu me camuflo/ quando crescente, procuro me aparecer/ quando sou cheia, todos me exaltam/ aí eu mínguo, para não ficar mal acostumada./ um dia eu me eclipso... e o enigma fica a todos intrigar...
#105: autoaplicar uma injeção de anestesia e fingir que não existe o dever... e que ele nem dói!
#106: reflexão conduz ao reparo da ação quando faltou reflexão
#107: antes do final eu desliguei o telefone: ele se rebelou e nem chama mais
#108: sexta-feira santa/em algum lugar lá fora o coro canta/eu que já não canto mais, só saio na hora da janta.
#109: não posso culpar a Deus por /eu ser quem eu sou /estar onde estou/ Que culpa Ele tem se do menu que me dá eu sempre escolha o prato mais indigesto?
#110: Ressurgir/Ressuscitar/Ressonhar/Recomeçar
#111: Deus me surpreendendo cada vez mais, provando que, de fato, Ele faz "infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos" - Gratidão
#112: retirando, um a um, os sonhos do papel.
#113: errar é humano; persistir no erro é suburbano - nunca mais pego um ônibus errado. Juro!
#114: alguns sustinhos que a vida dá para chacoalhar nossos ossos e manter-nos de pé.
#115: estranhamentos com a própria psiqué. diagnósticos, prognósticos... espero sair dessa logo, sem virar agnóstico!
#116: mixed feelings; como se sentir bem, quando os que você ama não estão?
#117: mergulhando no infinito de Yayoi, descobri que todos podemos fazer da loucura a nossa arte; nossa "obsessão infinita".
#118: a felicidade dos meus me deixa em paz com Deus.
#119: vinde vivei as verdades da vida
#120: o prazer de poder retribuir
#121: o céu/ o mar de Brasília/ me faz navegar/ nas nuvens/ e lá, meu porto/ e lá, meu cais.
#122: a paz e o prazer que só em família se pode ter...
#123: os outros viram estranhos/ o pertencimento fica despertencente/ hipertenso/ extenso/ chega perco o bom senso/ como é agitada essa vida de ausência!
#124: quem tem ouvidos para ouvir, ouça [os desabafos de dentro da igreja]
#125: [re]ceber[tri]unfar[bu]scar[ir] além...
#126: o ar faz falta/ o ar me faz falta/ ou é só a falta/ qu'ele me faz?
#127: preciso ser sincera/ sem sê-lo pereço/ preciso me encontrar/ em mundos paralelos
#128: agindo se faz/ você é capaz/ tudo é questão de atitude/ e de correr atrás
#129: estranho desejo esse de querer transportar o luar/ transportar o corpo/ transportar você/ e por a casa de volta no lugar
#130: desnudar a pele/tentando esconder a alma...
#131: observar o passar dos dias, das primaveras, das dores e flores, do amor e dos desamores, entender, enfim, da beleza que contém a efemeridade da vida...
#132: às vezes, não adianta lutar contra o corpo. se ele não quer, a mente também não há de colaborar - me entrego.
#133: dar o pontapé inicial: sem medo de falhar...
#134: tudo me é lícito/ mas nem tudo me convém/ melhor tirar do que tem muito/do que roubar quem nada tem.
#135: um café, um adeus e a fé que logo, logo, será eu.
#136: palmas pr'Aquele que não cansa de nos surpreender...
#137: descobrir que o importante é ceder. e pode ser recompensador. (compensa)(a)(dor)
#138: e depois: enxaqueca pode durar uma noite, mas o efeito do analgésico vem pela manhã!
#139: inquietações: nos inqomodam. mas nos impulsionam a MODIFICAR
#140: Café, Olhar, Tentar, Ir, Dizer, Inspirar, Agir, Nascer, Ousar...
#141: um brinde à amizade/ à loucura do ser/ aos mistérios do querer/ à semente da felicidade
#142: diante de tantos horizontes/ e de tantas possibilidades/ousar já não é opção: é necessidade!
#143: Felicidade é ter Alguém em quem confiar, Mesmo em momentos que parecem Impossíveis de achar solução. Levo no peito a melhor parte de mim: valor Imensurável, a maior representação do que é o Amor de Deus na Terra.
#144: sair da rotina, por mais que pareça a escolha mais incoerente do mundo, pode ser uma experiência muito agradável... :)
#145: descansar/ descansar/ sossegar/ sossegar/ parece que o cérebro não se conforma com a inércia e me castiga com a terrível ENXAQUECA. :(
#146: uns braços se abrem/ outros se encolhem/ os certos, os errados/ são os sábios que escolhem...
#147: quando cessa o efeito do remédio, a escolha é sua se vai deixar a lágrima cair.
#148: um dia me perguntaram se para ser passarinho tem que ter permissão do dono do céu...
#149: dos males, Malévola. furo no pneu, rombo no bolso.
#150: aponto para o sul/ vou para o norte/ nessa vida indecisa/ me resta contar com a sorte
#151: bebo um gole d'água/ tento decidir/ se há pouco nada no tudo/ ou pouco tudo no nada.
#152: o espírito sai da matéria/ e a observa, atento: será que me falta um pouco mais de mim?
#153: no alto da torre, onde o sol de esconde, a lua sorri... e eu soluço...
#154: renúncia/ mudança/ siga em frente/ e se não der, segue a dança...
#155: trocar figurinhas faz parte do processo de completar o álbum da vida
#156: todo dia é dia: de ensinar, de aprender, de tornar-se menos HUMANO (e mais DIVINO)
#157: é preciso amar as pessoas como se não houvesse RETORNO
#158: sentir-se bem: comigo, consigo, conosco.
#159: compartilhar a felicidade: quanto mais se dá, mais se tem.
#160: Meus dias ficam assim, Ocultos na rotina ordinária, Remindo o tempo, pois os dias Geram o mal, Abraçando o presente, Repensando o futuro
#161: falta tempo ou falta vontade? - falta a vontade do tempo.
#162: o sabor maternal da própria residência reside na máxima: "o original não se desoriginaliza".
#163: "nacionalizar para universalizar" || você janta e eu tomo café. o romance transpassa nos meridianos e prosseguimos na dança do (des)encontro.
#164: a lua a nos observar/ o baião a tocar/ não sei se é a lua que nos toca/ ou se é a música que nos observa...
#165: a prova de que eu estou viva: ainda cometo os mesmos erros...
#166: nessa ciranda/ eu sigo dançando/ quem entra, quem sai, pouco importa/ desde que a música continue tocando...
#167: em que universo ser normal é não ser louco?
#168: me diga, por favor, o quão necessário é mostrar que tem razão atirando no próprio pé?
#169: bom dia pra você/ que segue aprendendo/ que a maior prova de sabedoria/ é saber usar o silêncio
#170: subiu aos céus/ e está assentado à direita de Deus Pai/ mas também habita no meu humilde coração.
#171: deve haver um lugar em que os problemas não sejam solucionados com analgésicos e travesseiros
#172: seguindo, tentando, buscando, aprendendo, pra no fim, quem sabe, as portas fechadas se tornem janelas abertas e a sina incerta se torne o destino encontrado
#173: Deus/ que é Deus/ e que foi homem/ e também Deus/ escolheu/ um ser/ humano/ como eu/ só humano/ e não deus/ para servir/ de habitação/ - e fez divino - /o meu/ humano/ coração
#174: um propósito existe no meu berço geográfico, pois de todas as nações do globo, foi no seio verde-louro que do meu destino fez-se o traço
#175: passam dias/ passam horas/ noite fria/ quente aurora
#176: não fosse o amanhã, que dia [calmo] hoje seria
#177: tomei o barco no cais/ sem rumo e sem direção/ deixei o passado pra trás/ e o destino guiar o timão
#178: - o que lhe aflige? - a frieza das horas? - o calor dos dias? ((recomenda-se calma)) as engrenagens se aquecem e lá fora sopra a brisa...
#179: fosse o coração frágil como dizem, não haveria choque suficiente que ressuscitasse tanta amargura.
#180: como vai você/ ser humano qualquer/ reles mortal/ habitante da Terra/ aspirante do céu/ indiferente ao mal/ militante dobem/ alcança até onde dá pé/ no raso do saber/ no profundo querer/ não sei por onde sai/ nem como ao  pó retorno.
#181: sem querer/ procuro entender/ os mistérios da vida/ na escuridão do sono/ prenúncio da morte
#182: glórias e louros pertencem àqueles que pouco se importam com o terreno tesouro.
#183: já faz um tempo que eu me acostumei com o fato de não saber onde estou, por que estou, PRA QUÊ estou. e finjo que sei o que eu tô fazendo.
#184: só por que as rosas não desabrocharam no dia de fazer o buquê que o admirado vá rejeitar os botões... são flores...
#185: e por que não se entregar? arriscar sem medo de errar, encarar o deslize sabendo que haverá o dia de glória?
#186: abro e fecho os olhos/ arranco as folhas do calendário, o tempo escorre pelos dedos mas é imóvel no meu peito.
#187: e se eu pudesse contar as estrelas do céu, a areia da praia, todos os seres viventes, viveria de números. como sou carne, sangue e coração - e Deus sabe o que faz - vivo de letras.
#188: todo o bem que preciso; que sempre haja flores, que sempre haja pão, que sempre haja riso
#189: aquele que pensa estar em pé, cuide para que não caia - aquele que perde a bola do pé, não se admire com as vaias...
#190: a capacidade de usar do luto mais um motivo para lutar
#191: a vida é um carrossel - quebrado - quando miramos o futuro, voltam cenas do passado.
#192: submergir - submersão - encontrar-se - encontro - perdoar-se - perdão
#193: uma parte de mim - é vontade - outra parte de mim - é saudade - 'traduzir-se uma parte noutra parte - que é uma questão de vida ou morte - ' (é arte, é ofício e razão de ser)
#194: saturação e feijoada/ prece e indigestão/ conversas e amizades/ pizza e diversão/ e há quem diga que há espaço para a solidão
#195: um dia a rosa murchou/ o cravo, de solidão, morreu/ a raiz, porém, não secou/ e um solitário botão/ na primavera nasceu
#196: de grão em grão/ a hora passeia/ quando penso que não passa/ me afundo na areia
#197: Rezei dois terços - Escrevi mil preces - Acendi uma vela - Li o livro sagrado - Invoquei mais de mil anjos - Dormi de joelhos - Acordei ao pé da cruz - Desisti das ladainhas - Esperar é mesmo a única penitência aceitável.
#198: no meu jardim, as flores são belas. no meu coração, enfeito a casa com elas.
#199: meu lar é um abstrato concreto/ que nenhum arquiteto/ quis ousar desenhar/ meu lar é o meu peito aberto/ meu destino secreto/ onde somente eu posso entrar.
#200: felicidade: feliz a cidade/ feliz a idade/ fazer feliz quem lhe dá vontade.
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Contos de H. - 5ª versão


Às 17h35 ela vê boiando em uma poça no canto da calçada um caderninho de couro marrom. H. hesita em pegá-lo, mas sua curiosidade, talvez mais aguçada pela convivência com os gatos, a faz voltar atrás. Ela sacode o caderninho e as gotas que respingam mancham sua saia de linho branca. H. examina as folhas e percebe que a tinta está se desfazendo, quase perdendo as palavras. Então H. apressa o passo para chegar em seu apartamento. No processo entre destrancar a porta e desviar-se dos gatos estirados pelo caminho até chegar ao secador, H. imagina o que de tão precioso pode conter naquelas páginas, para deixa-la tão ansiosa para lê-las. Ela apoia o caderno na pia e vai secando folha por folha. E percebe que se trata de um diário. Estando o caderninho com as folhas já secas e duras, senta-se no sofá e inicia sua leitura:
Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1972.
Havia 17 gatos vivendo no apartamento de H. 17, já que o gato mais velho que completava os 18 acabara de morrer. E H. está enlutada desde então. Todo dia às 9h acende uma vela a São Francisco. Diz que os 17 não suprem a falta que Frederico lhe faz. Mas ainda acho que isso ela diria de cada um deles. Ainda mais se fosse de Georgeana, a gata que junto com Frederico dera à luz a todo o restante da bichanada. No entanto, mesmo com Georgeana e os outros 16, H. ainda se sentia só.

Ficou órfã muito cedo. Morou com duas tias solteironas até atingir a maioridade. Aos 18 mudou-se para o centro e já podia se sustentar com o que ganhava como auxiliar em uma floricultura do cemitério local. Bem, ela podia ser jovem, mas não era tola. Apesar de ter seus lutos e traumas, escolhera conviver com quem partilhasse da sina de ter de sofrer a dor da perda. Sua vida cheira a crisântemo e vela de sétimo dia.

Aos clientes que entravam na loja, viúvas, pais e mães inconsolados e órfãos, como ela, H. servia uma xícara de chá de camomila com uma colherinha de açúcar refinado, para tentar adoçar-lhes a amargura das lágrimas. Quando entrava uma moça que também perdera os pais, H. oferecia um botão de rosa branca, por sua conta. Queria ter tido a chance de enterrar a mãe. Era muito pequena na ocasião de sua morte. Mas o antigo perfume que sentia em seu abraço ainda permanecia preso no olfato da memória.
Frederico era o nome do meio de seu pai. Por isso, no enterro do gato, sentiu cumprido o seu dever.

No fim do dia, H. volta ao seu refúgio. Dá de comer aos gatos, lava as louças, põe-se à mesa para jantar. Às 19h, senta-se à janela e, observando o mundo lá fora, imagina novas possibilidades para sua própria história. Até que o último "e se..." a faça adormecer.”

H. fecha o caderno, atônita. Vai tomar um banho, faz um chá de capim-cidreira, dá de comer aos gatos. E às 19h senta-se à janela, tentando descobrir quem poderia querer escrever sua própria história.

quantos anos cabem em 365 dias?

e foi caverna e foi luz e foi luto e foi luta e foi corpo velado e foi sorriso velado e foi vela no bolo e outra no caixão e mais uma, e mai...