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Neste momento estou presa. Presa na entrada da Ala Sul do ICC.
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Todos conglomerados esperando a chuva passar. E que chuva!
Em um lugar em que todos passam, entram e saem a passos apressados para não perderem o horário da aula, da reunião, do almoço... E a chuva, sem nenhuma cerimônia, ordena a todos que percam suas horas... Talvez para que pudéssemos parar de olhar o outro pelos calçados e indumentárias e passar a olhar nos olhos...
Um grupo resolve parar e comprar um café. O zumbido das conversas frenéticas é embalado por um aluno tocando trompete nas escadas do subsolo. And all that jazz se esvai na fumaça dos cigarros...
É, dona chuva, você conseguiu parar todo mundo... até a mim.
E é aí que eu vejo a fragilidade do ser humano... Os mesmos que aqui estão são os que mais dizem que 'quem tá na chuva é pra se molhar' e que batem a mão do peito em protesto por 'não serem feitos de açúcar'.
Só a chuva mesmo para lavar e mostrar a ironia do ser humano. E quem disse que guarda-chuva adianta de alguma coisa?
- ninguém gosta de molhar os pés.
E o trompete segue sua melodia triste... A fumaça dos cigarros esvaindo no ar... E a chuva continua, sem piedade... Até que dois olhares possam se cruzar...
LT
19/11/12
17h05
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