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Diário de Bordo - 1

26 de fevereiro

* Em algum lugar do espaço aéreo *

Acho que ainda tenho algumas horas de voo.
Já comi. Já fui ao banheiro. Peço água.
[pausa]

E chegamos ao mar do Caribe.
É simplesmente lindo.
A Criação é linda.

E eu sou apenas uma única luz acesa nesse voo vazio.

Ninguém ao meu lado.
-Eu e Deus- e as letras enxeridas.

O que me esperará quando o mar acabar?

Eu não sei. Mas sempre tive sede pelo desconhecido. Sempre quis novos ares.

E apesar de ser uma pequena dona de uma pequena janela dentre todos os aviões que dividem o mesmo céu, daqui avisto o mundo inteiro...

Que pra mim, é todo meu.
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27 de fevereiro
*Espaço aéreo de Massachussetts*


Assim que cheguei em MIA, umas 5 pm, peguei algumas informações e fui de ônibus a Miami Beach, apreveitar as horas que tinha na cidade.
As pessoas me indicaram um lugar bem badalado, muitos restaurantes, bares, boates, lojas...
E eu com 30 kg de mala!
Mas quem tem boca vai a Roma, e quem fala inglês então, vai ao mundo inteiro. E Deus manda seus "anjos".
Um moço muito gentil me mostrou um hotel que guardava malas - a nenhum custo, só a gorjeta (que foi paga pelo moço). Ele ainda me mostrou os melhores lugares para ir, onde deveria pegar o ônibus de volta ao aeroporto, etc. Rodei o local todo, mas creio que estava em desvantagem por ser noite. Não achei grande coisa, sinceramente.
Mas foi uma aventura!

E aí veio a noite "maledita"!
Nada aberto em um dos aeroportos mais movimentados dos EUA!
Foi uma das noites mais horríveis da minha vida.
Sem lugar pra dormir, sentei em uma cadeira de espera às 12 am e aquela madrugada não queria dar lugar ao dia.
-Sobrevivi.

No meu voo pra Chicago, outro anjo apareceu.
Conversamos bastante, e ele me fez uma propaganda tão grande de sua hometown, que agora é questão de honra: na próxima oportunidade, tenho de conhecer Chicago!
Pedi licença e tirei um cochilo. O moço também, então nem fui tão mal-educada assim!
Acordei.
O céu estava completamente branco. Não via nada. E o piloto anunciava o pouso.
"Mas cadê o chão? Não vejo nada!" - pensava, aflita.
Ajustei o assento, fechei a bolsa, afivelei o cinto... E assusto-me quando avisto de repente os pinheiros salpicados de neve, a cidade toda "algodoada"... e os flocos de neve caindo lentamente, como se acenassem para mim: "Bem-vinda, Lorena! Esperávamos por você! Que bom que chegou..."

O moço me levou para o local exato para eu pegar o voo para Boston.
E enquanto não chamavam meu voo, sentei-me à janela, contemplando toda aquela alva imensidão, observando curiosa o formato dos floquinhos que caíam desse céu de fevereiro.

E tive certeza:
Estavam ali para me receber.

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